domingo, 1 de junho de 2008

Le retour.

Estou em Portugal. Sim, é óptimo estar com a minha família e amigos de novo, mas... onde estão vocês?

[e estudar aqui, agora?!]

segunda-feira, 19 de maio de 2008

frenchies.

just for fun. ^^





poney express - paris de loin



the dø - on my shoulders



pravda - tu es à l'ouest



keren ann - au coin du monde



indochine - le baiser



emilie simon - alicia



mademoiselle k - ça me vexe

ketchup.

Olá a todos! Finalmente, estou de férias! Fiz os exames todos, passei a tudo, ainda não sei as notas mas também não interessa porque no fim não vão contar para nada. Curiosamente, sinto-me com mais dificuldades de gestão de tempo agora do que enquanto andava a estudar! É que agora tenho a pressão de saber que estou quase a ir embora, as dorzinhas das primeiras despedidas, a responsabilidade de escolher bem as últimas coisas que vou visitar em Paris.

Este fim-de-semana, fui pela última vez a Rouen. Como sempre, foi óptimo... saí de lá com aquela sensação estranha de nostalgia e de felicidade. Foram as primeiras pessoas a quem disse "adeus", mesmo que tenha sido de forma muito provisória - sei que vou estar com eles em Portugal no Verão.

Entretanto, recebi uma couchsurfer no meu quarto e fartei-me de passear com ela, fui ao parque de La Villette na noite dos museus para ver a Cité de la Science et de l'Industrie - o planetário estava cheio, claro - e tenho andado a tentar tratar da parte administrativa da minha partida.

Other than that... a chuva voltou a Paris e eu tenho saudades do mar. E de vocês todos, mas já não me posso queixar porque daqui a nada estou aí a dar-vos abraços do tamanho do mundo.



P.S. - Marta, parabéns pela tua bênção de finalistas... espero que tenha sido linda!

P.P.S. - Mafas, daqui até Setembro nem vais dar pelo tempo a passar. E quando voltares vamos compensar este tempo todo, sim? Fazes-me muita falta. Beijinho especial para ti.*

sexta-feira, 11 de abril de 2008

[até tenho medo de publicar este post!]

Queridos amigos,

Desculpem todo este tempo sem notícias... a verdade é que o tempo me tem parecido demasiado curto para tudo e escrever no blog não é a coisa mais urgente! Já estou a 7 semanas de voltar para Portugal, já acabei as aulas, já estou em plena época de exames (e as datas?! alguém sabe as datas definitivas?! é que eu não... oh, como adoro os franceses...) por isso tenho sempre muito que fazer.

Para responder à tua pergunta, Marta, na Páscoa tive os melhores ovinhos de chocolate possíveis: a minha família veio cá visitar-me e passou uma semana inteira comigo. Foi o máximo!

Entretanto também tive uma visita dos meus amigos suíços e mais uma festa fantástica em casa da Linda (mascarei-me de catwoman!).

E pronto... acho que agora é oficial: o 2º semestre não é bom para mim a nível blogosférico. O que não quer dizer que não pense em vocês... estou cheia de saudades. Obrigada a todos os que me vão dando sinais de vida.



[ainda nenhum de vocês me matou! yey! :D]

quinta-feira, 6 de março de 2008

Parabéns Mafas!

Pois é... hoje é o teu dia de anos, alma gémea! E eu queria estar ao pé de ti para festejar em condições, mas, como não posso, quero que saibas que te trago no pensamento e que estou muito grata por te ter na minha vida... é um privilégio ter uma amiga como tu.

Já nos conhecemos há tantos anos... não me vou pôr aqui a falar nisso porque é uma coisa nossa e as outras pessoas não têm nada a ver :P mas a verdade é que fazes parte integrante do meu eu e não saberia identificar-me numa vida que não pudesse partilhar contigo. Fazes parte daquele pequeno conjunto de pessoas que significam tudo para mim. Perto ou longe... estás sempre aqui.

Por tudo isso, quero desejar-te um feliz aniversário e que os 23 te sorriam, que este novo ano da tua vida te leve a novos níveis de felicidade e realização pessoal, que comeces a encontrar os caminhos perdidos e que continues a afirmar os que sempre soubeste debaixo dos teus pés. Estarei sempre aqui para te dar a mão ao longo do percurso...

Adoro-te! ^^ *




[e agora deixo-te aqui uma música altamente pirosa que fez parte daquele 10º ano, tão importante para a nossa amizade... não consigo não me lembrar de ti quando ouço isto! :) ]

segunda-feira, 3 de março de 2008

La flamme de la petite bougie.

Ao olhar para os últimos dias, tenho a sensação de ver tudo acontecer e, no fundo, nada acontecer. Estranho... porque, apesar de ter estado sempre ocupada, sempre indecisa entre mil coisas para fazer, sempre a ter de optar entre três ou quatro propostas diferentes, sempre a dormir pouco e a rir muito, chego aqui e não sei muito bem o que escrever de tantos dias que passei sem vos dar notícias!

Sem dúvida, o mais importante foi a visita da Gianna. Foi óptimo revê-la e andar a passear por Paris com ela e com a Mariana. Uma amostrinha das Erasmus FDL :


Desta vez até fiz uma coisa nova: subi ao arco do triunfo pela primeira vez! Foi pena estar um tempo tão cinzento, porque a vista era incrível!

Entretanto conheci várias pessoas novas que chegaram à residência para o segundo semestre e tenho passado mais tempo com alguns amigos franceses. Et malgré toute l’agitation, toutes les personnes et fêtes, vous me manquez toujours trop, Justina, Pascal et Roland! En plus, Linda est partie en vacances – oui, tu me manques aussi, ma petite… Portanto, acho que juntei à minha pilha de saudades mais umas quantas pessoas!

Para tornar as coisas mais bonitas, comecei a ler mais poesia francesa/francófona. Deixo-vos com uns versos que me andam a iluminar os dias... :]

Cela dit
c’est de persister qu’il s’agit
Ne pas oublier
le feuillage ayant cette vertu
les astres inexplorés
qui naviguent à vue
sur les flots de l’éternité
Protéger de ses poèmes nus
la flamme de la petite bougie
Supporter la brûlure
de ses larmes
et savoir à temps
la passer au suivant


Abdellatif Laâbi (Marrocos)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Stockholm Syndrome!

Finalmente, fui a Estocolmo e estreei-me no couchsurfing - não podia ter sido melhor! Fui com o Simão e a Mariana e fomos acolhidos por um senhor de 45 anos chamado Göran, que vivia mesmo no coração da cidade numa casa fantástica - mas extremamente mal decorada :] - que acabou por ser o nosso "lar" por 4 noites. O Göran era o cúmulo da simpatia e pôs à nossa disposição imensa informação, tudo o que tinha no frigorífico e nos armários, os produtos de higiene (incluindo o seu "freeworld of shampoooooo!", que era o máximo ^^) e um sorriso do tamanho do mundo. O melhor de tudo era a capacidade que ele tinha de estar presente o suficiente para nos sentirmos amparados, mas também ausente o suficiente para nos sentirmos à vontade para fazer a nossa própria viagem.


Bem, mas já estou a saltar coisas importantes. A viagem começou um bocadinho mal. Ou... um bocadinho chata. Saímos de casa às 5h40 da manhã para ir apanhar o autocarro a porte maillot para o aeroporto de Beauvais. Quando lá chegámos (duas horas depois), estava tanto nevoeiro que os voos estavam a ser cancelados. Até ficámos contentes quando o nosso foi adiado para as 14h35... (!) Claro que, depois, ainda se atrasou mais uma hora por causa da greve dos controladores aéreos de Bruxelas, pelo que, contas feitas, saímos de Paris com 6 horas de atraso... e perdemos o primeiro dia em Estocolmo, porque já lá chegámos de noite. O tempo ainda foi simpático connosco, porque quando o autocarro entrou na cidade estava a começar a nevar - e, pelo que nos disse o Göran, foi a segunda vez que nevou em Estocolmo este Inverno! Da estação central até "casa" foi um pulinho, mas já não fizemos mais nada nesse dia. Jantámos, analisámos o mapa, fizemos planos para o dia seguinte, ouvimos o que o nosso anfitrião tinha para nos ensinar e, finalmente, fomos dormir.

Na sexta-feira, começámos o dia com um passeio pela parte norte da cidade. Encontrámos logo um mercado que me fez crescer água na boca, cheio de fruta lindíssima e de legumes como não encontro aqui em Paris...


Estava tanto frio que quase não era possível andar com as mãos fora das luvas. Isso quer dizer que tirei muito menos fotos do que queria, mas fiquei com as ruas de Estocolmo bem gravadas na memória. Fiquei totalmente apaixonada por aquilo! Não havia lixo no chão, as pessoas todas eram simpáticas e prestáveis, os carros paravam nas passadeiras (era boa ideia mandar os franceses para lá fazer um estágio, não era?) e havia prédios lindíssimos em todas as ruas, com cores quentes e varandas em ferro forjado. Toda a gente fala impecavelmente inglês, desde o varredor de ruas até à empregada do supermercado, e ninguém põe lixo orgânico nos caixotes das lojas, só papel! Nem sequer me vou pronunciar quanto à beleza da língua, porque aí já há muita gente a discordar comigo... :] mas ainda tenho de dizer que a Lenore é super conhecida na Suécia, que os cds são mais baratos e que a água da torneira sabe bem! ^^ Ah! E sabem o que tem imensa piada?! Eles são loucos por bisnagas! Têm caviar em bisnagas, pasta de atum, de queijo, de camarão, de cogumelos de tudo e mais alguma coisa!


Passei por uma loja da Oriflame e lembrei-me da Marta. Amiga, fartei-me de rir sozinha! Olha lá para o tamanho desta coisa...!

Uma das nossas primeiras paragens foi um café de estilo muito familiar em que todas as salas estavam decoradas como se se tratasse mesmo de uma casa como qualquer outra. A particularidade deste café era um cestinho muito discreto, colocado a um canto, que continha sacos cheios de pão e bolos do dia anterior, a 1€ e 2,5€ respectivamente. Para além de baratos, eram deliciosos e pareciam acabadinhos de fazer... o pão chegou a durar-nos 3 dias! Mais uma das preciosas dicas do Göran...

O almoço foi num sítio muito especial: um restaurante vegetariano com buffet, onde comemos até cair para o lado por 8,80€! A comida era fantástica, o chá também, a vista era linda e ainda tivemos direito a queda de neve e vento artístico :] Quando saímos do restaurante já era quase de noite... e depois de jantar ainda fomos beber uma cerveja a um café belga!

No sábado passámos o dia dentro de museus: fomos ao museu de arte moderna e ao museu de arquitectura. Havia uma exposição bastante grande sobre o Andy Warhol, mas estava mal organizada e com tantos visitantes que demorámos imenso tempo a vê-la e ficámos com a sensação de não ter visto imensas coisas. A colecção de arte moderna era bastante pequena e pobrezinha... ou, pelo menos, assim me pareceu, agora que estou habituada ao Pompidou :|

À noite fomos a uma ilha que, supostamente, é o ponto de ebulição da vida nocturna dos jovens solteiros de Estocolmo... e foi uma desilusão. Havia meia dúzia de bares mal amanhados, todos com uma média de idades muito alta, e mais parecia um ponto de encontro de divorciados que outra coisa. Acabámos num bar espanhol, onde nos divertimos bastante, apesar de eu estar a cair de sono...

No Domingo continuámos os passeios pela cidade... estivemos numa feira da ladra, deambulámos pelas ruas, vimos alces e vikings com fartura, comprámos mais bolinhos do dia anterior e fomos almoçar num café muito giro que tinha sobremesas de cortar a respiração.



De barriga bem cheia (para variar... e bem ao contrário de todas as nossas expectativas!), fomos para um museu dedicado ao navio Vasa, resgatado ao fundo do mar nos anos 60 - 333 anos após o seu naufrágio!

O navio era absolutamente impressionante e o museu estava bastante bem organizado. Saí de lá satisfeita, mas algo angustiada por estar quase a chegar ao fim das férias e ainda querer ver e fazer tantas coisas em Estocolmo...


Jantámos com o Göran e três franceses que entretanto tinham chegado a casa dele. Fizemos-lhe arroz doce (que é sempre um sucesso com os estrangeiros!) e ficámos a conversar à mesa, à luz das velas, como velhos amigos. Nessa noite, dormi bastante mal: não queria ir embora. Fiquei apaixonada por Estocolmo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Bonne Année!

Durante a última semana, o bairro chinês esteve em festa quase constante: foi a passagem do ano do porco para o ano do rato e, como tal, havia que proceder a certos rituais e festejar devidamente a ocasião. No sábado e no domingo assisti a demonstrações de artes marciais, bênçãos de estabelecimentos comerciais com direito a dragões dançantes e percussão chinesa, pirotecnia e uma grande parada! Mas... uma coisa de cada vez!


Pelo que eu percebi, é comum fazer-se um ritual em que três dragões dançam diante de uma loja (ou restaurante, ou cabeleireiro, ou whatever) e vão procedendo a movimentos simbólicos. Colocar coisas dentro da boca dos dragões é sinal de boa sorte - os donos dos estabelecimentos passam lá as mãos, os calendários do novo ano e bandeirolas de seda bordada com o símbolo do rato. Pelo meio, vão queimando tiras de cartuchos extremamente barulhentos que culminam numa caixinha de serradura avermelhada (aquela que vêem no chão, sim). No final, os três dragões "batem-se" por uma alface e tangerinas pendurados na ponta de uma vara; o dragão que a consegue apanhar tem direito a "comê-las", mas depois "devolve-as" aos donos da loja, que as colocam numa bandeja e levam para dentro - não sei o que fazem com elas depois. É um processo demorado, mas muito interessante... e mesmo impressionante. A pessoa que faz as pernas traseiras do dragão levanta a outra só com os braços... têm de ter uma força incrível. E os bonecos são adoráveis: piscam os olhos e abanam as orelhas e a cauda como cachorros! lol

No domingo, o 13ème estava a abarrotar de turistas, de curiosos e de chineses vindos de toda a região parisiense: era o dia do grande desfile. Via-se gente de todas as nacionalidades, centenas de balões de todas as cores, ouvia-se música e foguetes muito antes de chegar o cortejo - ainda bem que o tempo ajudou a honrar este espectáculo de brilho e cor! Claro que o que dominava era o vermelho, o dourado... e os ratos :P

Os dragões também não podiam faltar, obviamente; estes eram extremamente compridos e ondulavam nas mãos de dezenas de pessoas vestidas a rigor.


E, para quem não sabia, lá estava o carro alegórico da Tailândia a relembrar que o que estava em causa era o calendário lunar, e não o calendário chinês. Devo dizer que fiquei deslumbrada com esta parte do desfile em particular: tinham música mais bonita, fatos mais exóticos, movimentos mais graciosos. Quero ir à Tailândia!!!


E o dia estava tão bonito que não resisti e percorri metade de Paris a pé. Soube-me tão bem! Ainda houve tempo para um chá de menta na mesquita com a Linda e para dois dedos de conversa...

Ah, e esqueci-me de dizer! Na sexta-feira fui ao concerto de Okkervil River com o Simão, a Rita e o Gonçalo, que foi o máximo. A melhor surpresa acabou por ser a banda de abertura, os Coming Soon, que me converteram desde a primeira música ao seu "folk rock pós-moderno", como dizem a brincar :] Vão lá ouvir as músicas ao myspace e vejam o press kit que eles lá têm - vale a pena.

E... agora vou aquecer um leitinho com chocolate à cozinha pequena :) que o 1º andar tem e o 4º não tinha :) por isso agora posso beber uma bebida quentinha depois das 23h quando me apetece! ihihih Até amanhã *

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Green peace.

Antes de mais, quero mostrar-vos o meu quartinho novo. Já vos tinha dito que tinha trocado para o 1º andar e que desta vez tinha paredes verdes, mas ainda não vos tinha mostrado o resultado... Por isso aqui estão as primeiras imagens:



[regarde, Justina... tes cartes sont là! merciiiiii!!!]


Claro, tinha de pôr aqui o pormenor do meu candeeiro comprado na secção de criança do Ikea, que é a minha peça de decoração preferida! :] A parede ainda está em "construção": como sabem, vou colando as coisas que me agradam ao longo do semestre... e as que eram específicas do primeiro foram para o álbum que estou a fazer com as fotografias e tudo.

Anyway... novidades? Estive com a minha irmã Marta de sábado a terça, mas tive de a partilhar com o trabalho dela (o que quer dizer... muita criançada!). Apesar de tudo, foi óptimo porque já estava a morrer de saudades. Custou-me muito vê-la ir embora, nem imaginam... mas tenho o consolo de saber que, daqui a pouco mais de um mês e meio, tenho cá a família toda outra vez! :D

No meio da confusão toda, ainda fomos à Disneyland (mas é para voltar em Março, certo sis?) e demos uma voltinha de bateau mouche, tudo pela primeira vez.

Entretanto já comecei a preparar a minha viagem a Estocolmo (que está quase, quase!): estou à espera das respostas aos pedidos de couchsurfing que enviei e já comprei um guia da Suécia, Noruega e Dinamarca (porque, como diz o Simão, assim é útil para mais viagens).

Bem, para terminar, resta-me desejar-vos a todos um excelente ano do rato, que começa hoje! ^^

Pensamentos estúpidos dos últimos dias.

Pensamento n.º 1:

Quando usamos o papel higiénico da faculdade e não notamos nada de anormal, é porque andamos a baixar os padrões das compras lá para casa.


Pensamento n.º 2:

Je suis en train de tomber malade. Estou em trem de tombar malada.



[é desta, estou a ficar maluquinha. :P]

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Catching up.

Bem sei que não escrevo há muito tempo e que isso constitui uma grande falta de respeito para convosco, mas... bem, não sei, não tenho tido oportunidade para vir aqui. Desculpam-me? :]

Vou tentar fazer um apanhado dos últimos dias. Não vai ser difícil, porque, apesar de ter sido muito tempo, não aconteceu assim tanta coisa de importante... ou que não seja explicável em duas ou três linhas. Portanto, tive uma visita durante 10 dias, fui à festa de inauguração da nova casa da Linda em St. Michel, andei numa roda-viva de despedidas do pessoal que só ficou um semestre (o que me custou imenso) e fui às aulas. As partidas mais significativas foram, como é óbvio, as da Justina, do Pascal e do Roland...

O acontecimento mais inesperado do mês acabou por ser o de ontem: mudei de quarto. Agora estou no 1º andar, num quartinho verde, ainda mais pequenino do que o outro, mas com um bom pressentimento. Espero que as coisas comecem a mudar para melhor...


[continuo com saudades.]

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Um pouco mais de Atlântico.

Desde que cheguei a Paris que andava à espera de um fim-de-semana destes, mochila às costas e as minhas duas melhores amigas ao meu lado no comboio, com um destino interessante mas não turístico. Calhou ser Nantes, Angers e a costa Atlântica do vale do Loire, uma região verdejante e repleta de palácios, bom vinho e pessoas amigáveis. O nosso anfitrião foi um francês que fez erasmus na Lituânia e que resolveu retribuir a hospitalidade da Justina. Resultado: tivemos um fim-de-semana fantástico e 100% em francês!


Quando chegámos a Angers, fomos recebidas pelo amigo da Justina, o Maxime, que nos levou a comer uma sanduíche rápida para nos fazermos logo à estrada - fomos directos para Nantes, mas de carro, o que acaba por ser um bom motivo para sorrir quando se passa tanto tempo em transportes públicos... :] Lá, comecei de imediato a ver a diferença relativamente aos parisienses: um dos amigos do Maxime emprestou-nos o apartamento dele!


Nantes é uma cidade muito bonita, com avenidas largas e edifícios interessantes. Mas... a primeira coisa que experimentámos foi a vida nocturna :] e essa vale bem a pena, asseguro-vos!

[esta foto tem de ser explicada: supostamente, o Maxime, a Justina e a Linda estão a fazer de bombeiros portugueses. não, não sei porquê. a explicação há-de ficar sempre por aqui. :P]


Depois de termos percorrido alguns bares, acabámos por ficar mais tempo numa discoteca bem pequenina, que passava música portuguesa, brasileira e espanhola. O que teve mesmo piada foi ver que eles não percebem as letras, mas cantam à mesma, e que não fazem as coreografias sugeridas na letra da música... bem, porque não percebem. Foi um bocado estranho quando dei por mim a fazer tudo sozinha!

No sábado, visitámos a zona portuária e almoçámos numa crêperie à beira-rio. A vista era espectacular! E os empregados dos restaurantes são de facto simpáticos, ao contrário do que sucede em Paris!


Depois de almoçar... claro, café. Mas, desta vez, num sítio bem especial: a antiga fábrica de bolachas LU, convertida no espaço "le lieu unique", que é provavelmente o sítio mais giro que eu vi em França. Tem café, restaurante, sala de concertos, sala de exposições, livraria e muito sentido de humor.

Fiquei fascinada com as casas-de-banho :] claro que todos se riram deste meu fascínio, mas... epah, aquilo era uma mistura de gigantismo industrial e marginalidade urbana quase perfeita! Ainda por cima, tinha ali duas modelos giríssimas mesmo à mão, mas não vou pôr aqui as fotos que lhes tirei por uma questão de respeito ;) ficam só com uma ideia da casa-de-banho!

Durante a tarde, visitámos a cidade. Não consegui parar por um segundo de admirar a educação das pessoas e a sua simpatia - não tem mesmo nada a ver com Paris. Começámos pelo castelo dos duques da bretanha, que estava num estado de conservação absolutamente fantástico - as pedrinhas todas bem limpas, os jardins cuidados, informações nos sítios mais importantes. Foi lá que foi assinado o édito de Nantes de 1598 que deu liberdade religiosa aos protestantes. Interessante, não acham?




Ainda tivemos tempo para ver a passagem Pommeraye, de 3 andares, reconhecida como monumento histórico desde 1976. Lá, tivemos mesmo a sensação de estar no Natal, apesar de já ter passado... ambiente muito festivo, lojinhas bem decoradas e pessoas sorridentes acabam por ter esse efeito!


Ainda passámos pela catedral com intenção de a visitar, mas estava fechada. :( Ao fim da tarde, voltámos para Angers, onde tivemos oportunidade de assistir a um concerto fantástico de saxofone e violoncelo, composto por duas partes: durante a primeira, os violoncelistas davam a banda sonora a um filme mudo (foi o que gostei mais!), seguidos pelos saxofonistas; na segunda parte, tocaram todos juntos com um DJ (!), o que me pareceu muito original... embora não muito bem feito. Seja como for, adorei o concerto e foi muito agradável entrar num centro cultural universitário (porque é que não temos destas coisas?) dentro de uma faculdade de economia e ver que os alunos têm mais interesses para além da sua área de estudo.

Nessa noite dormimos em Angers, no apartamento do Maxime, e no dia seguinte seguimos para a costa Atlântica! Estivemos em Sables d'Olonne, onde almoçámos como realeza :]


Com a barriga cheia e a alma reconfortada pela maresia, fomos passear à beira-mar, saltitar nas rochas e tirar fotografias parvas :P


Como o tempo começava a escassear, não pudemos ver mais praias. Fomos directos para a Vendée, a zona rural onde vivem os pais do Maxime. Pelo caminho, parámos para comprar brioche típico da zona :]


Os pais do Maxime têm uma quinta gigantesca, absolutamente maravilhosa! Andámos a passear pelos campos (lindos!), à beira dos riachos que serpenteiam entre as árvores, espreitámos as vacas e os lagos para aquacultura... e acabámos a tarde sentados à tosca mesa de madeira da cave onde faziam o vinho (agora ainda fazem - e deram-nos a provar - mas já noutro sítio). Esta cave está sempre a 17ºC, seja qual for a temperatura exterior. É fantástico :]


Depois do jantar, regressamos a Angers, mas fizemos um serão mais "caseiro": ficámos em casa a ver umas comédias francesas (que não nos fizeram rir nem metade do que fizeram rir os franceses que estavam connosco... e não era só por não percebermos as piadas todas!).

Na segunda-feira de manhã, ainda tomámos o pequeno-almoço à frente da estação dos comboios, num café que parecia tirado de um filme!


A viagem de regresso correu bem... mas estávamos completamente exaustas. Foi quase fisicamente doloroso ir às aulas à tarde!

Falando em aulas... comecei o 2º semestre. Tenho mais cadeiras de Licence e menos de Master, o que significa que tenho de aturar garotos mal comportados durante a maior parte do tempo que passo na faculdade. É incrível... os alunos de L1 e L2 não respeitam sequer minimamente os professores! Mas pronto, tenho de aguentar de boca calada - se os professores não se impõem, também não posso fazer nada.

Na terça-feira à noite fiquei aqui no meu quarto com a Justina a ver um filme indiano que me deixou arrepiada do início ao fim. Chama-se "Black" e retrata a evolução de uma criança que fica surda e cega aos 2 anos de idade. É... impressionante.


E pronto... ontem tivemos o nosso último jantar internacional: a Justina, o Pascal e o Roland estão quase a ir embora :( fico eu e a Linda, vai ser estranho... Claro que o jantar foi óptimo, como sempre, mas já teve aquele tom de despedida que eu detesto.

Levei-lhes chouriço e café português - foi a loucura, adoraram! Nem sei bem porquê, mas ficaram loucos com o sabor! O prato principal foi pasta, preparada pelos rapazes e acompanhada de uma grande salada. Para a sobremesa, fiz uma tarte de mirtilos (por causa do filme, sim!), que comemos com gelado de baunilha, e a Justina levou um brioche comprado na Vendée! Resumindo, mais uma grande soirée... só espero que, no 2º semestre, apareçam pessoas boas para continuarmos esta tradição!


[mas então e o tempo? miserável!]

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Paris, je t'aime (encore).

Na segunda-feira, fui acolhida com um dia excepcionalmente bonito. Andar na rua era, por si só, um prazer indescritível. Depois de toda a resistência emocional que encontrei para voltar a esta cidade, foi bom ver que continua a compensar estar aqui... Continuo a deixar-me seduzir por Paris.


Até anoitecer, andei junto ao Sena, na ilha de St. Louis, vi lojas de máscaras venezianas, de marionetas, de chocolate, de chá. [devia realçar também que o rio estava vivo, mais agitado que o habitual, e dezenas de pássaros voavam em todas as direcções, tornando a paisagem muito mais animada...]


O jantar foi na nova casa da Linda, em St. Michel (quem me dera!), com a sua coloc francesa e uma amiga. Comemos morcelas (que elas adoraram, por acaso), sopinha feita por mim e crepes salgados saídos das talentosas mãos das minhas amigas! Para terminar em beleza, uma galette des rois e horas de conversa animada sobre feminismo, machismo, igualdade, laicismo, preconceito, xenofobia... enfim, algo que nunca imaginei conseguir discutir em francês. Resumindo: noite óptima, jantar delicioso, apartamento lindo, companhia de luxo. :]

Ontem o dia tornou a ficar cinzento, mas não me deixei intimidar... tratei de mais umas coisas na faculdade e fui ao cinema, ver o filme My Blueberry Nights, de Wong Kar Wai, para aproveitar as tão saborosas férias que tenho esta semana! Entretanto, como tive de esperar mais de uma hora até ao filme, dei umas voltas no centro comercial: quase todas as lojas estavam a preparar os saldos que começariam hoje... :| é estranho, nunca tinha visto tanta agitação para preparar os saldos! Mas também ainda não tive coragem para enfrentar a multidão e ir ver para que serviu tudo isso... Anyway, voltemos ao filme!


Com a presença de vários artistas de renome, quer no mundo do cinema (Jude Law, Natalie Portman, Rachel Weisz, David Strathairn), quer no mundo da música (Norah Jones e Cat Power, que participam como actrizes, bem como na banda sonora), este filme tinha já tudo para ser bom... A história não é muito original e há alguns momentos mortos que poderiam ter sido evitados, mas acho que a fotografia compensou por tudo isso: nunca tinha visto nada filmado desta maneira e gostei imenso!

Entretanto, convenci-me que hoje haveria de visitar a casa de Balzac ou uma exposição de fotógrafos do pós-guerra que estava no Hôtel de Sully. Telefonei à Justina e resolvemos ir à casa do escritor, que sempre tem mais a ver com uma futura editora! Quando lá chegámos, estava fechado... até ao fim do mês. E o site não tinha nada a avisar! Um pouco resmungonas, lá voltámos para trás e fomos em direcção a Bastille, para tentar apanhar a exposição ainda aberta. Pelo caminho, outra boa surpresa: um pôr-do-sol magnífico num céu que se foi tornando cada vez mais límpido ao longo da tarde, pintando as nuvens de cor-de-rosa. ^^ O edifício que albergava a exposição era tão bonito que a viagem acabou por valer a dobrar. Quanto às fotos em si... ainda que não aprecie muito o estilo de alguns dos fotógrafos representados, tive motivos suficientes para sorrir - o que não faltava eram bons retratos, inquietantes como se quer e sempre absolutamente intrigantes...

Michèle Morgan 1946
© Roger Corbeau

Thérèse Le Prat (1895-1966)

Depois da exposição, fomos comer uma tosta e beber um sumo natural a um restaurantezinho com um nome qualquer do género "paraíso das frutas". A brincadeira saiu-nos cara e nem por isso ficámos lá muito satisfeitas, mas pronto... são os últimos dias da Justina aqui em Paris e há que aproveitar!




[e, apesar de tudo, continuo com tantas saudades das pessoas que me fazem ver em Portugal o único Eu possível...]

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Era um café e um eufemismo, se faz favor.

Voltei para Paris. Depois de 15 dias caóticos e terrivelmente curtos. Salvam-me o café e os eufemismos.